“O problema tá na comunicação de campanha!”
Eu ouço isso com bastante frequência. Para muitos políticos e pré-candidatos, o problema está sobretudo na comunicação.
Quando a equipe não é qualificada o suficiente, são os integrantes que “não se dão”. Já ouvi falar também que “eles não entendem” o que o assessorado quer. Mas o problema é justamente esse: não é o que o político quer. É, antes de mais nada, o que o ELEITOR quer e espera ler/ouvir.
O que o eleitor quer
O ponto principal é: as pessoas estão nas redes atrás de 3 coisas, a saber:
- Informação
- Relacionamento
- Entretenimento
Em outras palavras, ninguém entra em uma rede social buscando um candidato para votar. E mais: se no meio aparece um político “do nada”, a tendência é pular o conteúdo, imediatamente.
Vamos ser sinceros? Fora os pré-candidatos e quem trabalha no meio, ninguém mais quer saber de eleição com tanta antecedência. Essa é a verdade. Portanto, é um erro grosseiro usar as redes pensando em fazê-las de diário ou palanque para discurso político.
Em contrapartida, existem formas de falar de temas importantes no cenário político, mostrar quem você é e porque é um bom candidato sem necessariamente ser chato ou falar de política. O problema é que criar conteúdo interessante dá trabalho e não é fácil. Contudo, isso não quer dizer que o erro esteja na equipe de comunicação.
Mas, já que vamos falar sobre isso, precisamos ser mais uma vez sinceros.
O que é uma boa equipe de comunicação de campanha?
É necessária uma equipe mínima para fazer a comunicação acontecer de forma eficiente nas redes. Dessa forma, não funciona aquela história de fazer campanha com o sobrinho que tem dom pra tirar foto, o vizinho que sabe mexer na internet e a amiga de infância que virou jornalista e tem um blog. Não dá pra fazer uma campanha só com voluntários, gente! É sério! Se você quer resultados, com toda a certeza é preciso investir em profissionais qualificados e numa equipe mínima.
E uma equipe mínima tem que ter as seguintes pessoas:
- um estrategista
- um fotógrafo (nem que seja amador)
- um social media
- um jornalista/roteirista
- um editor de vídeo/motion
- um designer
- um especialista em tráfego
Sem esses profissionais, melhor nem pensar em fazer comunicação política no digital. Porque postar por postar, para (tentar) impressionar os seus seguidores, você já faz há tempos, mesmo antes de ser candidato. É ou não é?
Já tenho uma equipe de comunicação. E agora?
Partindo do pressuposto que você tem uma equipe mínima, o que postar? Por onde começar? O que fazer?
Em primeiro lugar, converse com o time. Cada um deve entender seu papel, bem como conhecer você ao máximo. Afinal, como vão propor algum tipo de conteúdo ou ação sem conhecer o grande protagonista das redes onde vão atuar?!
Conversar com quem trabalha com você não é perder tempo. É investir em uma comunicação de campanha acertada, harmônica e de sucesso. Se você contratou especialistas, eles sabem o que fazer. Ou seja, aproveite o momento para ouvi-los também.
Em segundo lugar (e não menos importante), entenda o seu papel. Você é PROTAGONISTA de suas redes e precisa estar presente nela. É possível criar conteúdo interessante sem você? É. Mas, na maioria das vezes, você precisará mostrar a cara, a voz, o posicionamento e muito mais.
Afinal, para alguém se interessar por você, é preciso te conhecer. E é preciso que você mostre uma rotina (e um conteúdo) bastante atrativo. Do contrário, você será só mais um na multidão de perfis que habitam e postam, diariamente, em um ambiente digital extremamente competitivo. E, da mesma forma, sem poder contar com a “empatia” do “tal do algoritmo” das redes sociais que predominam no mundo inteiro e têm um papel fundamental no processo eleitoral.
Não adianta comunicação de campanha sem o protagonista
Em resumo: ainda que você tenha uma equipe qualificada, com profissionais dedicados e empenhados, se você não tiver tempo para gerar conteúdo para suas próprias redes, não há estrategista (ou mágico) que dê jeito nelas.
Você precisará frequentemente reservar um tempo em sua agenda para conversar com eles, entender o cenário, a estratégia, as ações propostas e se preparar (com muita paciência e dedicação) para fazer as fotos e vídeos que são essenciais para as ações no digital.
Não dá para trabalhar só com vídeos frios e fotos de acervo. A rede é tão dinâmica quanto a vida real e você precisará produzir esses materiais com certa frequência.
Em suma, sem você, a rede não COMUNICA. Ela fica fria, sem alma, sabe? E sem alma não há conexão. O que quer dizer que não há relacionamento.
Sem isso, não tem como pedir voto, né? E eu não estou falando para você forçar a barra e parecer nas redes ser quem não é. Muito menos para você fazer dancinha. Eu estou falando em se conectar com seu público de maneira constante, próxima, criativa, atual e dinâmica. Dá pra fazer isso sem ser chato e sem forçar a barra. Vai por mim.
Redes não são diário
Pare de postar foto de agenda e comece a usar as redes de forma estratégica.
Ninguém quer saber com quem você almoçou ou com quem você vai jantar. Inauguração de prédio e entrega de ônibus são legais. Mas isso não influencia em nada no seu engajamento, porque as pessoas não querem saber o que você fez. Elas precisam saber quem você é. O que você vai fazer. O que você pensa e, principalmente, se você é empático e solidário às dores delas. E, além disso, se você tem coragem e disposição de lutar por elas.
Se você não for o que elas esperam, se não despertar a confiança e a esperança em dias melhores, você não terá nem a atenção e nem o voto delas. Pode acreditar. Por isso que é tão importante você entender o seu papel e entrar em cena tanto nas redes, quanto nas ruas. Não dá pra ganhar uma campanha sentado no sofá. Muito menos negando a força do digital.
Em conclusão, o resumo é que a comunicação de campanha não vai alcançar o sucesso sem você. E assim também você não vai se conectar com seus eleitores no digital sem uma boa estratégia e profissionais capazes de te ajudar a criar conteúdo criativos, que engajem.
As redes não devem ser usadas para fazer campanha, porque elas são o “meio”. Você se conecta com as pessoas agora, cultiva um bom relacionamento, para lá na frente poder pedir o voto.
E é através das redes, usando o impulsionamento segmentado, que você vai conseguir falar com o maior número de pessoas, no menor espaço de tempo. E, nesse sentido, anunciar que você é candidato e precisa delas para mudar o que está errado e construir um futuro melhor para todos.
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Luka Ulhoa é publicitária, jornalista e estrategista de comunicação política.
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