Está em dúvida sobre produzir conteúdo político em vídeo? Antes de mais nada, se liga nos números abaixo!
Nunca se deu tanta atenção aos vídeos! De acordo com um levantamento da Kantar Ibope Media, o Brasil está acima da média global no consumo de vídeo online:
Quando se trata de ver vídeos em redes sociais, os brasileiros ganham por 72%a 57%.
Em 2018, o consumo de vídeo online no Brasil atingia 33% dos domicílios. Em 2020, o número saltou para 61%!
O relatório da Kantar explica por quê:
“O vídeo aproxima as pessoas: sejam as videochamadas, os comentários nas redes ou a produção de conteúdo próprio”.
Arthur Bernardo, diretor de desenvolvimento de negócios da Kantar Ibope Media, complementa:
“Assistir vídeo é um comportamento social. Este tipo de conteúdo desperta nas pessoas a vontade de comentar, compartilhar e discutir com seus amigos e familiares”.
E o 5G já está funcionando em algumas cidades do Brasil! As altíssimas velocidades de conexão vão fazer o consumo de vídeo pela Internet explodir ainda mais.
A importância dos vídeos na comunicação política
Então, se você é político, atenção: não deixe de produzir conteúdo próprio em vídeo.
E se você é assessor de político, trate de convencê-lo sobre isso!
Quais as vantagens do vídeo?
O vídeo tem muitas vantagens:
ajuda a contar histórias
permite marcar posicionamentos
reforça autoridade sobre um tema
é oportunidade para oferecer informação e até mesmo entretenimento
cria conexões e laços de confiança.
Conteúdo político em vídeo: o que é melhor
Primeiramente, um esclarecimento. Não é demérito algum aos vídeos que podem ser feitos apenas com um celular na mão e uma ideia na cabeça. Mas este artigo trata daquele tipo de vídeo que demanda mais produção. Que deve partir de um roteiro e passar por etapas de produção, gravação e edição profissionais.
Agora, vamos em frente. Ao se pensar em qual tipo de conteúdo político deve ser feito em vídeo, não existe uma resposta única. O melhor a ser feito é analisar:
o tipo de público
onde se pretende divulgar esse conteúdo
o que é tendência no momento
quais são as pautas que você defende
O que dá para pensar em comum é o seguinte: um mesmo tema pode ser explorado em formatos diferentes.
Ao fazer a produção de um vídeo, pense nos desdobramentos que ele pode ter.
O material gravado para um documentário, por exemplo, pode ser reeditado num formato mais ágil e com duração menor e ser usado no Facebook.
O vídeo com duração menor também funciona para ser compartilhado por WhatsApp e Telegram.
O vídeo mais longo cabe bem no YouTube. E pode ser exibido numa reunião presencial com apoiadores, por exemplo.
É preciso entender as especificidades. Portanto, não dá simplesmente para replicar em todas as redes o mesmo conteúdo.
Como chamar a atenção com vídeos políticos em redes sociais
Nas redes sociais, o foco é entretenimento e relacionamento. São ambientes de pura dispersão. As pessoas estão lá rolando a timeline em busca, sobretudo,de distrações. Seu vídeo estará no meio de pandas, gatinhos, memes e maravilhosas fotos de férias.
OMG! Um lindo gatinho! Pelo jeito, a distração dele deve ter sido interrompida por algum político…
Nesse sentido, interromper um momento de relax para falar diretamente sobre política não é uma coisa sensata! Como resolver esse problema?
A estratégia é ter um pouco de tato… Você conta uma história e, no meio, como quem não quer nada (mas querendo tudo!), insere o seu conteúdo.
Da mesma forma, lembre que você terá no máximo 2 ou 3 segundos para captar a atenção do usuário. Afinal, ele está lá vendo bichos fofinhos…
Por isso, aí vai uma dica de ouro:
Nunca comece o seu vídeo com a logomarca do partido! Ou com qualquer coisa que seja chata, como um monte de números ou uma falação vazia.
Pense em algo impactante para abrir o vídeo. Sugestões? Aí vão duas!
Comece com o depoimento emocionante ou feliz de alguém que foi beneficiado por alguma ação sua (ou do político que você assessora). É o gatilho da prova social!
Coloque um(a) apresentador(a) pra fazer a abertura num estilo mais descontraído.
Em outras palavras, seja criativo! Assim, você garante que o público pare de rolar a tela e preste atenção no que você tem a dizer.
Que tipo de conteúdo político em vídeo é adequado para o YouTube
Por outro lado, no YouTube, o foco é aprendizado e conhecimento. Quem entra lá, na maioria das vezes, está à procura de um tema específico. Aliás, você sabia que o YouTube é a segunda ferramenta de busca mais utilizada no mundo? E que supera o WhatsApp quando se trata de procurar informações? Pois é!
É aí que entra a janela de oportunidade. Uma boa é ver o que está em alta no momento (olha o Google Trends aí, gente!). E, assim, construir conteúdo útil. Falar o que você quer falar, do jeito que o público quer ouvir. Nesse caso, a retenção é maior, porque o conteúdo vai ao encontro do que a pessoa está procurando. Retenção, nesse caso, significa fidelização e, tcharam!, voto.
Quer exemplos de temas quentes que aparecem no Google Trends? Ei-los!
Você é político e deve saber, por exemplo, como é composto o preço da gasolina e porque ele tem subido tanto. Muita gente quer saber sobre isso. Dê ao público o que ele procura. Aproveite para mostrar que você tem conhecimento sobre os problemas do país. E que está atento(a) para ajudar a resolvê-los.
Repare no gráfico logo abaixo. Todos os anos, entre março e abril, há um aumento nas buscas sobre “imposto de renda”. Naturalmente, por causa da época da declaração anual.
Origem de dados: Google Trends. Com o Google Trends, você pode ver o que as pessoas mais pesquisam no Google, avaliar tendências e descobrir bons temas.
Então, olha aí uma oportunidade pra gravar um vídeo explicando como fazer a declaração. E apresentar sua opinião sobre a destinação dos recursos. Ou ainda, se você é parlamentar federal, conte como tem ajudado a fazer com que os recursos arrecadados retornem em benefícios para a população. Além de oferecer a informação que as pessoas buscam, você “vende” a sua opinião e a sua atuação! Assim, como já foi falado, você conta uma história e, no meio dela, faz a sua propaganda.
Por fim, o YouTube é também um bom canal para vídeos mais longos, como um documentário. Um documentário permite contar uma história de vida ou narrar um acontecimento importante. E é um formato que constrói empatia.
Outros pontos importantes na produção de conteúdo político em vídeo
– Crie alternativas para quem assiste sem som
Muita gente, mas muita mesmo, assiste aos vídeos no mudo. Nesse sentido, é preciso usar recursos visuais que permitam a compreensão mesmo sem som. Letterings, legendas e ilustrações são alguns expedientes que resolvem essa questão.
– Esteja atento à qualidade técnica
Conteúdo político em vídeo não é só o que você fala. É, também, como tudo será apresentado. Antes de mais nada, invista na captação e na edição. O melhor é contratar profissionais de vídeo, com equipamentos profissionais, para gravação e edição profissionais!
Do contrário, a resolução da imagem não vai prestar, o áudio será comprometido, a montagem pode ser uma porcaria… Em síntese, o seu vídeo fica parecendo uma coisa amadora. Certamente, você não quer que a sua imagem (ou a do seu assessorado) seja associada a amadorismo, quer?
– Cuide para não parecer que é sempre o mesmo vídeo
Atenção para o efeito paisagem! Acontece quando você mostra conteúdo que parece sempre igual. Ninguém gosta de coisa repetitiva. Isso acontece, por exemplo, com vídeos gravados no mesmo ambiente e/ou com a mesma roupa. Parece tudo a mesma coisa.
Então, se for aproveitar a mesma diária para gravar vários vídeos, pense em ter roupas diferentes para cada um deles. Dá mais trabalho? Dá. Mas afasta o risco de alguém pular o vídeo por achar que é algo que já viu antes.
– Tenha paciência para construir
Por último, mas não menos importante. Quando se fala em produzir conteúdo para campanhas eleitorais e mandatos políticos, os resultados não vêm num passe de mágica. Tenha paciência. Afinal, nada acontece de um dia pro outro.
É preciso plantar a semente. E cuidar todo dia. Porque vai demorar para dar frutos. Portanto, comece o quanto antes, senão, nunca terá os frutos.
Em suma, não adianta aparecer na hora da eleição e dizer que é o tal. Desse modo, você será visto como oportunista.
A construção de relevância e imagem é feita com antecedência e aos poucos. E, acima de tudo, deve ser desenvolvida com técnicas de marketing de conteúdo.
Quer saber mais sobre comunicação governamental e marketing político?
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E já que o assunto é produção de conteúdo político em vídeo…
Temos ainda mais um artigo que pode te interessar:
Zero Martins é jornalista, com pós-graduação em Marketing pela FAE-Curitiba e MBA em Comunicação Governamental e Marketing Político pelo IDP-Brasília. Atua há mais de 25 anos como redator, roteirista, editor-chefe, produtor e diretor de documentários, com trabalhos para emissoras de televisão, clientes corporativos, campanhas eleitorais e mandatos políticos.
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Gostando muito dos seus conteúdos aqui no blog, Zero Martins. Claros, diretos e sempre com informações importantes! Sucesso sempre!
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