Informação é poder?

Quem nunca ouviu a frase “INFORMAÇÃO É PODER”?

Definitivamente, muita gente já se deparou com ela. Porém, arrisco dizer que apenas uma minoria entendeu ou se utiliza desse conhecimento da forma correta.

No filme “Piratas do Vale do Silício”, que narra a história do nascimento da era da informática doméstica, o personagem que representa Steve Jobs repete muito essa frase. No mesmo contexto, uma fala muito impactante do personagem Bill Gates é:

“Sabe como alguém sobrevive? Fazendo com que precisem de você! Sobreviva fazendo com que precisem do que você tem. Então, ninguém terá mais para onde ir”.

Pois é, tanto um como o outro sabiam exatamente o valor da informação. Mas o que sustenta esse valor é, antes de mais nada, saber usar o conteúdo de forma estratégica e, assim, encontrar o poder.

Informação é pedra bruta que precisa ser lapidada

A informação está em todo lugar. Eu, você, todos nós geramos informação e também temos acesso a ela. Contudo, a maioria das pessoas a trata como uma pedra bruta, de forma genérica e, aparentemente, com pouco ou nenhum valor.

Mas se a informação for garimpada e lapidada da forma correta, pode se tornar uma joia de valor inestimável, transformando-se, de fato, em uma ferramenta de poder.

Hoje, é fácil ver pessoas procurando, de maneira frenética, por informações, seja por vaidade, ou simplesmente, para “mostrar que têm conteúdo”. Não sabem que, na realidade, estão dando mais informação do que recebendo.

Isso porque existe a figura do coletor. Ou seja, os grandes fornecedores de conteúdo são, na verdade, grandes coletores e mercadores de informação.

Quando Larry Page e Sergey Brin criaram o Google, dizendo que iriam “organizar a informação mundial”, sabiam exatamente o que queriam e assim o fizeram.

E conseguiram de forma tão espetacular, que foram além das expectativas que o horizonte pode alcançar.

A importância de saber trabalhar a informação no processo eleitoral

Ter acesso a uma informação e saber interpretá-la, para dominar o que fazer com ela, não é algo simples, principalmente no processo eleitoral. Nele, é muito importante entender a cabeça do eleitor, para tomar decisões.

Vejo muita gente “lendo” pesquisas quantitativas como se fossem uma “corrida de cavalo”. Primordialmente, esse tipo de pesquisa só serve para entender o recall do candidato que está na frente do outro. Isso é muito comum e pouco enriquecedor.

Obviamente, as pesquisas são fundamentais para levantar dados, saber o que as pessoas pensam, entender suas dores e anseios. Entretanto, não dependem necessariamente de institutos renomados para serem feitas. Elas também podem ser capturadas nas redes.

Aprender a usar o Google e suas ferramentas (que muitas vezes são gratuitas) e minerar informações das redes sociais, base de dados interna, sempre serão um excelente começo para você entender a cabeça do eleitor.

 

Não adianta nada sair feito louco catando informação por aí. É preciso entender os dados e saber como usá-los da forma certa!

Não dá pra sair jogando sem saber o que está em jogo!

Vejo muitos candidatos, de diversos escalões, dos novatos aos mais experientes, que, surpreendentemente, torcem o nariz quando falo: “vamos começar pelo diagnóstico” .

Ou desconhecem o assunto ou dizem ter uma lista de e-mails ou contatos que, francamente, muitas vezes não serve para nada, especialmente agora, com a LGPD. Esses candidatos querem queimar etapas e já partir para a prática.

Analogamente, essa é uma atitude que me lembra muito a época de criança. A molecada pegava a bola e já saía jogando, sem antes montar um time, entender o adversário, entender o campo, definir estratégias, para só depois começar a jogar. As crianças estão certas, elas fazem isso para se divertir e não para vencer uma eleição!

O processo eleitoral é muito diferente!

Trabalhar uma campanha com direcionamento vitorioso depende de uma entrevista em profundidade, um diagnóstico muito bem estruturado, pesquisa, uma análise SWOT. A partir daí, desenvolver um mapa de construção de reputação em direção à campanha.

Imagine um cenário em que você:

  • conhece o seu eleitorado e sabe o que ele quer e, também, o que não quer
  • sabe as regiões que precisa percorrer
  • entende a postura que deve ter
  • estrutura discursos alinhados às necessidades e, do mesmo modo, às dores do público
  • tem o panorama político dos adversários
  • domina todos os detalhes, inclusive a melhor roupa pra se usar.

E tem tudo isso em um “mapa”?

Nossa, até parece impossível, né? De forma alguma!

Para isso, só precisamos buscar a informação nos locais certos, da forma correta e, principalmente, interpretar todas elas com um olhar livre de vícios e fora “da caixa”. Se isso parece estranho, não é. Trata-se da chamada mineração de informação.

O Google e a Meta (Facebook e Instagram) são companhias que detêm esse poder. E, atenção: possivelmente, aquele joguinho inocente no seu smartphone também tenha informações preciosas a seu respeito.

Então, com tudo isso, posso afirmar para você:

Saber o que fazer com a informação que você tem, isso sim, é que é o poder da informação!

 

CHRISTIAN JAUCH: Publicitário, com 19 anos de experiência, tem especialização em Branding, Design e Inovação. Possui MBA em Marketing Político e Gestão Governamental e é cofundador do Alcateia Política. Ao longo dos anos atendeu grandes marcas como Peugeot do Brasil, MTur, Diversos Convention Bureau. No segmento político eleitoral participou e coordenou diversas campanhas como, vereador, deputados estaduais e federais, prefeitos, senador.
O destaque é a expertise em eleições da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), participando desde 2009.

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