Narrativa e Pós-Verdade: Os Desafios da Comunicação Política

Por Christian Jauch 

A comunicação política exerce um papel fundamental na formação da opinião pública e na influência das decisões políticas. Contudo, nos últimos anos, uma tendência preocupante tem emergido: a disseminação da pós-verdade na narrativa política. Neste blog, vamos explorar o conceito de narrativa política, discutir o significado da pós-verdade e examinar os desafios que essa combinação traz para a comunicação política na era moderna.

A Narrativa Política

A narrativa política consiste na construção de histórias e discursos que buscam persuadir e mobilizar o público em relação a questões políticas. Por meio do uso estratégico de elementos como emoções, valores, identidades e símbolos, os atores políticos moldam as percepções das pessoas. Através da narrativa política, busca-se estabelecer uma conexão emocional com o público, visando obter apoio para ideias e propostas políticas.

A Era da Pós-Verdade

A pós-verdade se refere a um fenômeno no qual a opinião pública é moldada mais por apelos emocionais e crenças pessoais do que por fatos objetivos. Nesse contexto, a verdade factual muitas vezes perde importância em relação às narrativas que ressoam com as emoções e percepções individuais das pessoas. A disseminação rápida e ampla de informações por meio das redes sociais e outras plataformas tem contribuído para a propagação da pós-verdade na esfera política.

Desafios da Narrativa Política na Era da Pós-Verdade:

A combinação da narrativa política e da pós-verdade apresenta uma série de desafios para a comunicação política na era moderna. Alguns dos principais desafios incluem:

Desinformação e manipulação

A disseminação deliberada de informações falsas e a manipulação da opinião pública tornaram-se mais fáceis na era digital. A pós-verdade na narrativa política permite que atores políticos distorçam fatos e espalhem desinformação para promover suas agendas. A ética na comunicação política é desafiada quando há um uso desonesto da informação para obter vantagens políticas, minando a confiança do público.

Erosão da confiança

A prevalência da pós-verdade na comunicação política leva à erosão da confiança do público nas instituições políticas e na mídia. Quando as pessoas não conseguem mais distinguir a verdade da falsidade, a confiança no processo político é minada. A ética na comunicação política exige a transparência e a responsabilidade na divulgação de informações, de forma a fortalecer a confiança do público.

Polarização política:

A narrativa política baseada na pós-verdade tende a ampliar as divisões e polarizações existentes na sociedade. As pessoas são atraídas por narrativas que confirmam suas crenças e visões de mundo, dificultando o diálogo e a construção de consensos. A ética na comunicação política requer o estímulo ao debate saudável e à busca por pontos de convergência, em vez de promover a polarização e o confronto.

Ética na comunicação política

Além dos desafios específicos relacionados à pós-verdade, a ética na comunicação política é fundamental para garantir a integridade do processo democrático. Isso envolve a promoção da transparência, o respeito pelos direitos e dignidade dos cidadãos, a honestidade na divulgação de informações e o cumprimento de normas éticas em todas as atividades de comunicação política.

Conclusão

A narrativa política e a pós-verdade são fenômenos interligados que apresentam grandes desafios para a comunicação política na era moderna, incluindo a ética na divulgação de informações e mensagens políticas. Para enfrentar esses desafios, é fundamental promover a alfabetização midiática, estimular o pensamento crítico e fortalecer as instituições democráticas. Ao mesmo tempo, é essencial que os atores políticos atuem de forma ética, valorizando a verdade factual, a transparência e a responsabilidade em sua comunicação política. Somente assim poderemos preservar um ambiente político saudável e democrático, baseado em princípios éticos sólidos.

 

CHRISTIAN JAUCH: Publicitário, com 19 anos de experiência, tem especialização em Branding, Design e Inovação. Possui MBA em Marketing Político e Gestão Governamental e é cofundador do Alcateia Política. Ao longo dos anos atendeu grandes marcas como Peugeot do Brasil, MTur, Diversos Convention Bureau. No segmento político eleitoral participou e coordenou diversas campanhas como, vereador, deputados estaduais e federais, prefeitos, senador.
O destaque é a expertise em eleições da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), participando desde 2009.

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