Qual é o papel do Assessor de Gabinete no Marketing Político?

Dias atrás, no final de março de 2023, portais de notícias e veículos de comunicação trouxeram imagens de longas filas de assessores de gabinete e até mesmo parlamentares, para protocolar pedidos de abertura de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Em meio à disputa, houve até parlamentar que conclamou o Estatuto da Pessoa Idosa (Lei No 10.741, de 1º de outubro de 2003), que garante atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população, para pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, como foi o caso do deputado estadual Eduardo Suplicy. Mas na ocasião, a gritaria só fez aumentar e por pouco não levaram participantes às vias de fato, como se fossem militantes inflamados em “briga de rua”.

Alesp tem confusão para recebimento de protocolo de CPI — Foto: Arthur Stabile/g1

Afinal, qual é o papel da assessoria parlamentar?

A assessoria parlamentar cumpre um papel de destaque em razão das atribuições descritas nos inúmeros e mais diversos documentos institucionais.

Com pequenas variações, vão desde a realização de tarefas consideradas “simples”

  1. Digitar documentos;
  2. Organizar reuniões;
  3. Acompanhar o andamento das comissões;
  4. Preparar relatórios.

… até as mais complexas:

  1. Estudar e acompanhar projetos de lei e políticas públicas;
  2. Operar ferramentas tecnológicas;
  3. Gerenciar relacionamentos em favor do(a) mandatário(a).

 

Tarefas é que não faltam

Exemplo das atribuições, a Câmara Municipal de Jales/SP descreve da seguinte maneira:

“Ao Assessor Parlamentar compete: assessorar a Mesa da Câmara Municipal nos assuntos políticos/legislativos, aos Vereadores, na orientação dos trabalhos legislativos e ao Presidente, no desempenho de suas atribuições e funções regimentais; permanecer à disposição da Presidência e dos Vereadores no horário de expediente da Câmara, além de disponibilidade permanente para serviços de assessoramento político, que lhe forem determinados ou solicitados; auxiliar a Mesa Diretora da Câmara no desenvolvimento de suas funções; participar das sessões ordinárias, extraordinárias e solenes, auxiliando a Mesa e os Vereadores; encaminhar para o setor competente para elaboração as proposições dos Senhores Vereadores e Presidência da Câmara, no que se refere às indicações, requerimentos, moções, emendas, ofícios, projetos, etc.; receber, estudar e propor soluções em expedientes e processos, analisando e acompanhando junto aos demais setores e através de reuniões com a Presidência e os Senhores Vereadores para poder encaminhá-los à apreciação; recepcionar e atender munícipes, entidades, associações de classe e demais visitantes, prestando-lhes esclarecimentos; orientar na elaboração de pronunciamentos públicos em atos políticos e entrevistas aos meios de comunicação; gozar de confiança da Mesa Diretora para o exercício de suas funções; executar demais funções ligadas à sua área de atuação, por determinação legal ou da presidência. 

Carga horária: 35 horas semanais”.

Ou seja, o assessor parlamentar é um verdadeiro herói.

 

A busca da qualificação necessária à equipe

Independente de qual seja o tamanho da equipe ou instituição (pode ser numa Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal), além da Chefia de Gabinete, é essencial que haja profissionais que tenham qualificação, responsabilidade e competências em diversas áreas. De forma especial:

  1. Na área jurídica;
  2. De comunicação e marketing (cada vez mais digital);
  3. De secretaria;
  4. De mobilização, atribuição normalmente destinada a membros da assessoria parlamentar que atua nos territórios de influência do(a) mandatário(a).

Compete ao conjunto destes profissionais, a responsabilidade pela manutenção da conexão com a base eleitoral, em diversas frentes:

  1. Acolhimento às demandas;
  2. Encaminhamento para atendimentos;
  3. Devolução de respostas;
  4. Atualização sobre o desempenho do(a) mandatário(a);
  5. Manutenção de andamento coordenado sobre as causas defendidas pelo(a) mandatário(a).

  

A ideia é ter um verdadeiro “pós-venda” do mandato

A assessoria parlamentar precisa ser percebida como a estrutura responsável pelo “pós-venda e garantia da qualidade” do trabalho efetivado por mandatários(as). A atividade de assessoria parlamentar vai muito além de atender ao escopo de deveres e obrigações descritos nos documentos que regulamentam a atividade.

Embora o conceito “qualidade” seja bastante difundido, são poucos aqueles que o avaliam sistematicamente. Qualidade é resultado da diferença entre expectativa e realização. Quanto menor for a expectativa da base eleitoral, maior será o valor percebido pela realização efetivada.

E para gerenciar é essencial que medições sistemáticas sejam realizadas, com os respectivos indicadores de desempenho e pesquisas de opinião, de maneira a disponibilizar dados, fatos e conclusões que permitam melhor exercício de gestão. Sem medição, não há gestão ou gerenciamento.

Em última instância, a assessoria parlamentar tem papel estratégico na efetivação de ações que terão impacto na sustentabilidade do mandato, bem como na trajetória e reputação do(a) mandatário(a).

 

Competência Técnica e competência Emocional

CX/ UX da política: a assessoria parlamentar contribui na experiência do eleitor (consumidor) e favorece a atração de possíveis novos apoiadores (usuários) e eleitores.

Portanto, não basta ter uma assessoria parlamentar que reúna as competências técnicas. É indispensável que a competência emocional, cortesia e boa educação estejam a serviço do projeto político.

Somados ao conjunto de causas, produção legislativa, comunicação assertiva com interação frequente do(a) mandatário(a) permitem elevar a avaliação do eleitor (CX) em sua experiência, podendo conduzi-lo a um nível mais alto de engajamento: o advocacy, quando eleitores se tornam também propagadores e defensores das causas e especialmente do mandato.

É durante o mandato que o(a) mandatário(a) tem a oportunidade de efetivar as propostas apresentadas durante o período eleitoral, fazendo a “entrega” daquilo que se comprometeu.

 

A necessidade de um olhar externo

A compreensão da necessidade de um “olhar de fora” tem se tornado uma realidade nos mais diversos mandatos. Por mais que a equipe esteja afinada com o(a) mandatário(a), é necessário buscar, nas empresas e profissionais especializados, um aprofundamento nas técnicas e uma visão de mundo que propicie ao mandato sair da famosa bolha.

A Alcateia Política tem especialistas que, por sua experiência prática em diversos mandatos, podem contribuir para a formatação de uma gestão de mandato inovadora, que contemple as experiências já vivenciadas, sem descartá-las, mas que acrescente este “novo olhar” às necessárias ações em prol da sociedade.

Conte conosco para fortalecer o seu mandato.

 

Imagem mostra Nilson Hashizumi, estrategista da Alcateia Política.

Nilson Hashizumi é profissional de marketing, jornalista, fotógrafo e gestor de cultura, com MBA em Comunicação Governamental e Marketing Político pelo IDP-Brasília. Coordenou e orientou campanhas de prefeitos em São Paulo e no Pará. Tem ainda experiência destacada em campanhas para deputado estadual em São Paulo. Com foco em resultados, trabalha com abordagem de processos na gestão da comunicação on-line e off-line, para construção de imagem, formação de opinião e reputação. Atuou por 28 anos no segmento de marketing, comunicação e sistemas de gestão para a iniciativa privada, organizações da sociedade civil e entidades de classe.

 

Fotografia mostra João Henrique Faria, integrante da Alcateia Política.

João Henrique Faria é jornalista, estrategista político com experiência em mais de 100 campanhas para o Executivo e Legislativo, professor da pós-graduação em Comunicação Pública e Governamental da PUC-MG, proprietário da Fator Consultoria e cofundador/presidente do Conselho de Fundadores da Associação Alcateia Política.

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